terça-feira

CURITIBA - 1º DIA

SÃO 6h (...) uuuuaaaaaaaaahhh (...) DA MANHÃ
Como de costume, mais uma vez peguei estrada na madrugada. Além de não ter problema nenhum em descansar no ônibus (durmo como um anjo), assim economizo uma diária de hotel.

Cheguei em Curitiba às 6h da manhã. Aproveitando o gancho dos comentários sobre a rodoviária de São Paulo, Curitiba veio ao extremo oposto: que terminal horroroso! Feio e velho - destoa da bela capital paranaense. Veja:



Esse telefone doido aqui eu até achei interessante. Me lembrou os filmes do James Bond. Queria ver a sirene tocando e a luz piscando para me sentir em Hollywood (não repare: é criatividade sonâmbula).


Aqui os táxis são de cor laranja Cebion. Muito bom, pois chamam a atenção! Diferente daquele branco-bandeira-de-Fórmula-1 de São Paulo, que vive se confundindo com qualquer carro branco que passa.


CADÊ O FRIO?

Na porta da rodoviária, ao sair, a ilusão: "finalmente, o frio!" Mas é enganação da manhã: assim que o sol apareceu, veio o calor. E eu troquei a casacada por bermuda e chinelo.


Olha como são as coisas em Curitiba, no detalhe: pequena fenda para drenar a água da pista central (onde trafegam os famosos ônibus da cidade) para a pista lateral.


Dia amanhecendo. Praça Eufrásio Corrêa, na confluência da Avenida Sete de Setembro com a Rua Barão do Rio Branco.


EU VI UM OVNI! (ou coisa do tipo)
Eram 7h da manhã. Eu havia acabado de chegar ao albergue Roma Hostel, que fica a cinco quadras da rodoviária. Olho para o céu e vejo um objeto branco parado (não, não era a lua). Tirei duas fotos com o máximo de zoom. Mesmo assim, ele é minúsculo.


Se o assunto te desperta a curiosidade, recomendo: clique nas fotos acima, baixe para o seu computador e dê o máximo de zoom no pontinho branco-amarelado no meio da imagem. O formato remete a um asteróide entrando na órbita da Terra. Mas... Tanto tempo assim parado no ar, a ponto de eu poder caprichar nas fotos?


CASO DE AMOR COM CURITIBA
Esta aqui é uma cidade muito especial para mim. Curitiba foi palco de alguns dos momentos mais especiais e excitantes da minha vida, especialmente por ter recebido as duas bandas que mais gosto no mundo, em suas apresentações únicas e históricas no Brasil: Pixies (2004) e Weezer (2005).




LINHA TURISMO

Como parte das lembranças de Curitiba, não podia deixar de voltar a andar no ônibus da Linha Turismo, excelente iniciativa da cidade para os turistas e também para seus próprios moradores: pela bagatela de R$ 15, você tem direto a um embarque e quatro reembarques, podendo descer em qualquer dos inúmeros pontos em que o ônibus passa e pára. Tudo isso com orientação de uma senhora de voz muito bonita que traz, por gravação, informações a seus passageiros.

Gente de tudo que é lugar vem apostar a vida em Curitiba. Ouvi comentários não-oficiais de que mais da metade dos moradores da cidade não nasceram ali. A face mais visível do premiado planejamento urbano daqui está na limpeza, na organização e nas imensas áreas verdes aqui construídas ou preservadas. São 30 parques e bosques municipais e dezenas de praças, jardins e jardinetes em vários bairros.

É uma cidade com soluções urbanas de espantosa simplicidade e eficiência. Acompanhe abaixo os meus primeiros passeios, deste primeiro dia.


TEATRO PAIOL
Antigo depósito de pólvora do exército, construído em 1874. Hoje é um charmoso e belíssimo teatro da cidade.






Aquelas janelinhas azuis são muito maneiras!


Vista da platéia ................................................... e vista do palco!


Olha aí, Prefeitura do Rio: é assim que se investe na cultura!


JARDIM BOTÂNICO

O "JardiN Botânico" de Curitiba (eu não podia deixar de sacanear essa placa) é um dos mais belos e chamativos pontos turísticos da cidade. Mas, no entanto, certamente não figura como destino freqüente dos curitibanos já que, com o tempo, deve ser um lugar que "enjoa".

Só pude chegar a esta conclusão agora - terceira visita a Curitiba -, pois nas duas primeiras eu ficava somente babando e me imaginando todo final de tarde aqui neste lugar limpo, bonito e seguro. Mas, perto dos outros parques - amplos e cheios de opções - que a cidade oferece, "vamos deixar o Jardim Botânico para os turistas".

Veja as fotos...


Entrada, ornamentada pelo clássico símbolo de "estou em lugar bom": o orelhão da Brasil Telecom.








Quando acabarem as minhas férias, eu gostaria de passar a ter a vida deste pássaro aí...




Bosque limpo, em que casais sentam e passam uma tarde inteira.












Parte interna da cúpula de vidro.


Essa clássica camisa fosforescente foi comprada em Buenos Aires e me acompanha em todas as viagens.


Não lembra aqueles labirintos de filmes romântico-mongóis?


Vista da parte traseira da cúpula de vidro. Porque nunca ninguém tira foto deste ângulo? Fica tão bonito... (skyline de Curitiba ao fundo!)


Dica de quem ficou bestando* por aqui um bom tempo: quando a irrigação automática é ligada, você anda pelos corredores do Jardim e sente o fresquinho e, especialmente, aquele cheirinho ótimo de planta molhada. (Para quem mora em apartamento desde criança, isto pode soar gay. Mas quem já morou em casa ou no campo sabe do que eu estou falando).

* Por "bestando", leia-se: contemplando a vida.


Minha sombra. O que parece um cassetete, à esquerda, é apenas um Gatorade.


Muito bem, Curitiba! Se não for cuidar, não adianta ter.


Românticos, digam-me: o que está faltando aqui nesta foto?


UNIVERSIDADE LIVRE DO MEIO-AMBIENTE


Este lugar aqui não tem nada de mais. Aparentemente.


Este estreito caminho de 200 metros leva à Universidade, toda construída com troncos de eucalipto (vigas e pilares). Mas logo em frente a ela é que está uma surpresa fascinante, de tão simples - um magnífico costão de pedra com um lago cheio de patos curitibanos:







Esse aí tava muito lerdo, tive que empurrar.


A Universidade propriamente dita. (Obs.: não, as crianças não são alunas da Universidade. Estão apenas visitando o local, em excursão.)


Para você que vai pegar o ônibus turístico, pode até não valer de nada descer no ponto da ULMA. Mas experimente. Quem sabe você também não tem sensações mágicas por aqui? Os patos serão suas melhores testemunhas.


Como em quase toda Curitiba, a coleta de lixo aqui é seletiva desde o descarte: lixo orgânico num canto, lixo seco no outro. O mais legal é ver as criancinhas já avaliando seu lixo para saber em qual compartimento devem colocá-lo.


"EU PEGO PARA VOCÊ"

Daquelas cenas que só se vê em lugares civilizados e simpáticos: estava eu, no ônibus turístico, com minhas células corporais tórridas e ávidas por líquidos. Faltavam ainda uns seis pontos para o próximo local em que eu ia descer. E como estou em Curitiba, foi fácil saber quanto tempo isto representava: exatos 43 minutos (sim! pasmem, cariocas! o ônibus tem hora certa para passar!).

Confesso que, neste momento, senti falta, pela primeira vez na vida, daqueles berros à beira da Central do Brasil, Barrashopping, Av. Rio Branco ou qualquer praia: "Ô ÁGUA, Ô ÁGUA! GUARA PRUS, MATE LEÃÃÃO!" Então, o que fazer?

Eu, que já vinha conversando com o cobrador do ônibus desde que entrei ali, perguntei a ele se no tal "Bosque Alemão", ponto no qual estávamos parados, vendia água. "Vende sim, mas não pode desembarcar", respondeu ele. Diante da minha cara de tacho, seguiu o diálogo:

- "Amigo, deixa que eu pego a água lá para você!"
- "Claro, muito obrigado, quanto deve custar?" (já com R$ 1 na mão, estendida para ele)
- "Tá bom, deve ser um real mesmo. Se for mais, eu completo e você me dá na volta!"


Foi aqui que o cobrador foi buscar a água para mim. Incrível. Em 20 segundos, volta o cara, com uma garrafa de água mineral quase polar, que havia custado exatos 100 centavos, somente. Pura gentileza.

Nota: Não estou desmerecendo a inegável gentileza carioca. Mas a paranóia que estamos vivendo nos últimos tempos destrói o alimento principal deste tipo de atitude. Por isso já considero uma cena como esta digna de outros lugares que não as já sugadas Rio e São Paulo. Experimenta pedir para um cobrador pegar água para você, já que você não pode desembarcar e voltar... (ele, no mínimo, vai pensar que você quer roubar o caixa dele).


KHARINA... AI, KHARINA!
Eu tenho uma namorada em Curitiba. Ela se chama Karina e pode ser vista aqui. Recomendo fortemente o seu sanduíche chamado "Rock n´Roll". Seu milk-shake também é delicioso - deixa o do Bob´s, que é ótimo, no chinelo. Já na madruga, fui matar as saudades dela.


SEGUNDA VIA, SENHOR

Tem uma coisa que há anos vem me causando um furor quase obsessivo-compulsivo: por que diabos será que os atendentes (todos!) que manipulam cartões de crédito ou débito, como o Visa Electron, são instruídos a entregar a segunda via para o cliente e guardar a primeira?

Você já experimentou pegar os papéis? Pode pôr contra a luz: SÃO IDÊNTICOS! Então, pra que essa chatice? Já tomei até tapa na mão - "SENHOR! Esta via é minha, senhor!!!! A do senhor é esta, senhor!!!!" - como se aquilo ali valesse ouro nos tempos dos santos de pau-oco.

Mas há esperanças! Depois de anos na expectativa, tive um clímax quase orgásmico quando, na Kharina (tinha que ser na Kharina...), aconteceu a explosão de lucidez que sempre esperei ver: a atendente me entregou dois papéis e eu, já forçadamente habituado, perguntei...

- Qual devo assinar?
A resposta: - "Tanto faz, senhor. São idênticos!"

*** Atualização do post: graças aos amigos que comentaram aqui, já entendi que a chatice de separar as vias tem o seu porquê. Ok, ok! Mas peraí: vocês estão querendo dizer que a Kharina errou??? ;-)

6 comentários:

Unknown disse...

Carlos, to adorando o seu diario. Observacoes inteligentes e engracadas. Desejo a vc otimas ferias!!!

Beijo,

Leila Kaas

Anônimo disse...

oi arantes!
adorei as fotos do parque, mt lindas! fiquei vendo e lembrando da primeira e única vez que estive aí, quando tinha 12 anos...essa cidade é linda mesmo! continue aproveitando suas férias!
Bjs!
Fernanda

Anônimo disse...

carliiiiiiiiinhos!!!!
olha essa historia do cartao, vim tentar te explicar....
pelo menos no meu cartão de débito, visa electron, qdo saem aqueles papeizinhos, em um tá escrito "2a via - Cliente".
pelo q eu aprendi na richards o tempo q trabalhei la, isso é exigencia fiscal. a 1a via (que é a original) da NOTA FISCAL é do cliente, e a 2a via (geralmente carbonada) é do estabelecimento.
no caso dos cartões é ao contrário, pq a original (no caso da segunda ser CARBONADA ou estar escrito "2a via") tem q ser do estabelecimento, pq se não for a via original a receita federal não aceita aquilo como declaração fiscal.
acho q ficou confuso, mas deu pra entender? hehehehheh
no caso das duas serem iguais aí q nao faria diferença. mas em geral tá escrito "2a via" na 2a mesmo.

ta mt legal seu diario de viagem!!!!
bons passeios!!
bjao

Anônimo disse...

ahhh esqueci de por meu nome!!
sou eu natasha!! =]
bjusss

Unknown disse...

como falou o primeiro anonimo, existe a via do cliente e a via do estabelecimento... o fato do estabelecimento ficar com o papel é pq qdo se fecha o movimento do dia, aquilo comprova que houve uma venda aliado com o resumo de vendas gerados pelo programa especifico de vendas.. ai há um confrontamento e o gerente ve se o funcionario roubou algo caso tenha diferença no caixa.

e tb o fato do estabelecimento ficar com o papel é pq caso haja contestação de venda, ( o cliente não está de acordo com o valor e a venda) a empresa tem como comprovar que foi vendido para aquele cartao xx reais. ai a administradora do cartao de credito manda uma notificacao para a empresa para que mande uma cópia daquele papelzinho.. caso a empresa não tenha esse comprovante o cliente não tem a necessidade de pagar a fatura contestada.

Carlos Aranha disse...

Obrigado! Post devidamente atualizado. ;-)