domingo

SÃO PAULO - 3º DIA

CAMINHANDO CONTRA O VENTO

Gosto de caminhar pelas cidades imaginando como me sentiria morando nelas. E sou passional ao extremo nesses momentos: ou amo ou odeio o que vejo. E se amo a cidade, sou capaz de reclamar com alguém na rua (mesmo um "nativo") se o vejo, por exemplo, jogando lixo na rua. Coisa que, no Rio de Janeiro, eu já desisti de fazer...

Este domingão eu reservei para bater perna em São Paulo. Literalmente. Foram mais de quatro quilômetros percorridos, entre Pinheiros/Consolação/Paulista/Paraíso.


À esquerda, a imponência dos grandes prédios quando se sobe a Avenida Rebouças em direção à Paulista. À direita, o clássico engarrafamento paulistano: estes carros estavam literalmente parados, há minutos. Em pleno domingo...


Mais uma dica para a Prefeitura do Rio. Veja como são instalados os pontos de ônibus na Av. Paulista: em diagonal, a 45º, o que livra os passageiros do torcicolo e também da necessidade de se levantarem a cada minuto para ver se o ônibus está chegando.


Isso é a cara de São Paulo: "proibido entrar de bermuda". Estava na porta de um restaurante próximo à Paulista. Agora repare na placa de cima... Juro que só vi o aviso horas depois, quando baixei a foto para o computador... (risos)


Essa foto tinha que entrar aqui no Diário: Museu de Arte Moderna de São Paulo.


"Nossa, quanto verde!" Pois é, e a foto não está errada: é o belo parque Trianon, em plena Avenida Paulista.


CIDADE LIMPA
Andar por São Paulo hoje em dia tornou-se, sem dúvida, uma experiência muito interessante: a Lei Cidade Limpa, recente e interessantíssima iniciativa da Prefeitura e da Câmara dos Vereadores, vem fazendo muita diferença nesta sufocante cidade.

Pude perceber isso claramente quando caminhei por avenidas como a Rebouças, Paulista, Brigadeiro e Brasil. Veja abaixo fotos reais, de uma exposição da Prefeitura de São Paulo, mostrando o antes e o depois da esquina Av. Paulista x Av. Rebouças:







TRÊS CENAS BIZARRAS

1) Café com búzios

Ainda com pupilas dilatadas e olhos teimando em não abrir, chego à padaria e peço um daqueles recheados cafés-da-manhã que qualquer boteco oferece em São Paulo. Ao meu lado, um rapaz mexe em algo que procura manter secreto. Fico na minha. Repentinamente, ele me cutuca e, palavras se atropelando, começa a predizer meu futuro, com uma pedrinha na mão. "Vou ler o seu futuro nos búzios, posso já te falar agora, vou começar a falar o seu futuro agora!!! Posso? POSSO? HEIN???"

Essa me acordou. Dispensei o cara com um sorriso sonolento e fui devidamente respeitado nos 10 minutos seguintes durante meu lanche, não previsto pelos búzios.


2) Cinema mudo
Fiquei 30 minutos numa inacreditável fila na bilheteria do cinema (Cinemark) do Shopping Santa Cruz, na Vila Mariana. Quando finalmente comprei meu ingresso e saí do guichê, percebi que a funcionária havia impresso o ingresso para a sessão errada.

Calmamente, como de costume, fui em direção ao funcionário Cinemark que fica organizando o caos da passagem da "fila da fila" para a "fila final", próxima à bilheteria. Ao seu lado estava um cara - três vezes o meu tamanho, diga-se de passagem.

Esperei o funcionário terminar sua frase e timidamente levantei o dedo e pronunciei: "amig........" para uma reação abrupta do cara - uma mão espalmada na minha cara e um berro: "PERAÍ!!!!! PERAÍ, PORRA, ELE TÁ FALANDO COMIGO!!!". No segundo seguinte ao show, que chamou a atenção de todos à volta, ele vira-se para o funcionário e diz: "Pois não, continua."

Aí o moço do Cinemark continuou o que estava fazendo: a leitura, originada do seu disco rígido interno, de TODAS as sinopses de TODOS os filmes em cartaz. Eu, puto da vida com a grosseria desta besta que ali estava ao lado dele, propositalmente aguardei. E, quando finalmente o rapaz terminou, e o cara decidiu que "nenhum filme servia", pude falar com o tenso rapaz. Coisa estranha.


3) Jackie Chan da linha verde


Estava eu na última viagem do metrô, linha verde, meia-noite e pouca. O vagão, praticamente vazio. Numa ponta, uma senhora. Na outra ponta, um senhor com fortes traços orientais. Em determinada estação, entram dois caras aparentando ter uns 20 anos.

Depois de umas duas paradas em absoluto silêncio, um deles simplesmente levanta e, em frente ao provável chinês ali sentado, começa a fazer movimentos à la Daniel Sam. E assim passa uns longos dez minutos, equilibrando-se com os movimentos do metrô sem deixar de fazer a brincadeira (?), com direito a "iááááááá", "wooooooo" e outras onomatopéias.

O senhor, educadamente ou amedrontado (realmente não sei), sorria e acenava, como quem diz "ok, já ri". Foi, no mínimo, curioso.


:: 1ª ENQUETE
Amanhã é meu último dia em Sampa. Me ajude a decidir os próximos passos da minha viagem, respondendo à enquete abaixo!

Qual você gostaria que fosse o meu próximo destino em direção ao Sul do Brasil, depois de São Paulo?

Passe apenas pelas capitais. Vá para Curitiba direto!
Passe por Londrina, Maringá e Cascavel, depois Curitiba.
Passe por Foz do Iguaçu, depois Curitiba.
Esquece tudo e vai para Florianópolis pegar uma praia!!!


Um comentário:

Felipe Gomes disse...

Seria irado se o senhor com traços orientais levantasse e aplicasse alguns golpes de caratê nos caras, heheheheheheh!